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DESTRUIÇÃO
Onda de lama continua destruindo cidades em Minas

Data da notícia: 2015-11-08 11:15:28
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O verdadeiro "tsunami" de lama que atingiu o subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), continua fazendo estragos em cidades do interior de Minas. Moradores de Barra Longa, mais de 60 km distante, achavam que era exagero se preocupar. Cerca de 12 horas depois, a onda chegou à cidade de 6.000 habitantes e deixou casas com lama até o teto.

O avanço do resíduo que vazou do rompimento de duas barragens da empresa de mineração Samarco pegou Barra Longa de surpresa e já alcança um raio de mais de 100 km da origem. O acidente aconteceu às 16h da quinta (5) e afetou o município às 4h da sexta (6), mesmo dia em que foi decretado estado de emergência.

A principal reclamação da cidade é que não houve alerta. O prefeito Fernando de Zediteca (PMDB) diz que a Samarco não informou sobre o risco aos órgãos públicos. "Ela diz agora que tem 90% de chance de não ter um novo vazamento. Nós e as outras cidades atingidas exigimos que ela ponha alarmes em cada lugar", disse. Procurada, a Samarco não se manifestou.

Por conta da falta de aviso, pouca gente se adiantou para salvar móveis e outros objetos. "Eu até imaginei que pudesse, chegar, mas como não houve alerta, deixei pra lá", afirmou a comerciante Maria do Rosário, 57, que teve a casa e três lojas invadidas pelo lamaçal. Mesmo nos locais menos afetados, as pessoas têm andado nas ruas com máscaras descartáveis, para evitar a inalação da poeira. Até agora, não há registro de mortos ou desaparecidos no município.

ESTRAGO É INCÓGNITA

Mais de 30 horas depois do rompimento de duas barragens de uma mineradora na zona rural de Mariana (MG), ainda não era possível saber quantas pessoas estavam desaparecidas nem a extensão dos danos ambientais.

Até a noite de sexta (6), uma morte havia sido confirmada e mais de 500 pessoas, que fugiram para a mata ou que ficaram ilhadas, foram resgatadas. Elas passaram por descontaminação para se livrar de resíduos de minério de ferro e produtos químicos misturados à lama.

A Samarco, que pertence à brasileira Vale e à australiana BHP e é responsável pelas barragens, confirmou 13 funcionários desaparecidos, mas Bombeiros nem Defesa Civil sabiam quantos moradores não tinham sido localizados.

A lama de rejeitos se espalhou por um raio de 80 km e ainda poderia se expandir. Entre os efeitos possíveis, mortandade de peixes, destruição da vegetação, assoreamento de rios e comprometimento temporário da captação de água.

Sem condições de acessar o vilarejo de Bento Rodrigues, que tem 492 moradores, equipes de resgate usaram um drone e três helicópteros na tentativa de achar sobreviventes. Só quando o barro baixar e o terreno estiver firme é que vão entrar à procura de corpos.

As causas do acidente, que o Ministério Público classificou como o maior desastre ambiental da história de Minas, seguem uma incógnita.

A empresa diz que o conjunto de barragens foi fiscalizado em julho e estava em "totais condições de segurança". Disse que seguiu seu plano para emergências e alertou moradores por telefone.

Segundo a empresa, pequenos tremores de terra registrados na área duas horas antes do rompimento são uma das hipóteses avaliadas (a magnitude deles, porém, foi fraca, próxima de outros cem já registrados em território nacional nos últimos três anos). Ela afirma que os resíduos que atingiram cinco distritos de Mariana não são tóxicos.

No ginásio para onde foram levadas centenas de desalojados, o clima era de desespero. Cartazes foram afixados em busca de parentes.

Segundo o prefeito de Mariana, Duarte Junior (PPS), moradores de outras localidades foram avisados a tempo. "No distrito de Paracatu a parte baixa onde estava a escola e as casas, infelizmente, não existe mais."

O governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), disse que é cedo para apontar as causas do acidente, mas que elas serão apuradas.

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